sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Sonhando o Bairro São Francisco

Ata – Seminário Visão de Futuro – Bairro São Francisco
12/07/2010

Aconteceu no dia 12 de Julho o Seminário Visão de Futuro do bairro São Francisco, no Brooklyn Coffe Shop (Trajano Reis, 389). O Seminário é o terceiro passo da metodologia das Redes de Desenvolvimento Local (uma iniciativa do Sistema Fiep com o SESI) que tem como principal objetivo fazer com que os moradores e/ou comerciantes da localidade, sonhem com o que desejam para o bairro em um horizonte de 10 anos.

O Seminário Visão de Futuro contou com a presença das seguintes pessoas:
Tatiana Alves – Coordenadora da Acasa e moradora do bairro.
Vicente Alves – filho da Tatiana.
Cadri Massuda – Proprietário do restaurante Alberto Massuda Restaurante-Arte.
Luciano Massuda - Proprietário do restaurante Alberto Massuda Restaurante-Arte.
Eleonora Greca– Coordenadora da Casa Hoffmann.
Ieda Godoy– Proprietária do Wonka Bar.
Claudio Dimas – Galeria Ludica.
Felipe Pedroso - Assessor de comunicação da Galeria Ludica.
Daniel – Proprietário do Brooklyn Coffee Shop.
André Tisserant – Estudante de direito e morador do bairro.
Marina Souza– Estudante de arquitetura e moradora do bairro.
Marili Alves dos Santos – Funcionária da Prefeitura Municipal.
Gerson Gusso – Funcionário da Prefeitura Municipal e ex-morador do bairro.
Débora Mello – Coordenação geral da Galeria Ludica.
Gil Pimentel Jr. – Proprietário do Blues Velvet.
Nena Inoue– proprietária do Espaço Cênico.

O encontro teve inicio às 20h e foi finalizado às 22h. O Seminário começou com os Agentes de Desenvolvimento Local, Gisele Voss e Ticiano Miranda, explicando o que é a proposta e qual era o objetivo do encontro da noite: sonhar o bairro daqui dez anos para que a partir da Pesquisa dos Ativos e Necessidades (quarto e próximo passo da metodologia), as pessoas conectadas à Rede possam elaborar o plano e conseguir atingir seus objetivos. Vale ressaltar, que os agentes esclareceram aos presentes no evento que a proposta de Rede de Desenvolvimento Local é dinâmica que pode sofrer interferências assim que novas necessidades ou desejos forem surgindo na localidade.

Antes de iniciarem a atividade, um dos participantes, o Sr. Cadri Massuda questionou se a Prefeitura estava sabendo do projeto e como seria a participação da mesma. Os agentes responderam que a proposta é apartidária e que as ações não dependem exclusivamente dos órgãos públicos, que conta primeiramente com pessoas e depois com instituições, sendo ambas muito importantes para o desenvolvimento do bairro. Foi solicitado que dois participantes, Gerson Gusso e Marili Santos, que estavam no encontro colocassem sua visão sobre a proposta. Ambos colocaram que estavam ali para conhecer a proposta a convite dos agentes de desenvolvimento do bairro, porém não poderiam responder pela prefeitura, mas que eles estavam interessados na rede. Esse momento, também foi utilizado para que os presentes se apresentassem para os demais falando o seu nome e qual o seu vínculo com o bairro São Francisco. No discurso de todos ficou clara a vontade de mudar e melhorar a localidade e em como acreditam que a rede pode ajudá-los a concretizar os desejos de moradores, comerciantes e amigos do bairro.

Assim, os participantes iniciaram a atividade, que contou com o lúdico para colocar os objetivos no papel. Durante 30 minutos os grupos de 3 a 4 pessoas, conversaram e dividiram seus sonhos sobre o bairro. Finalizada a dinâmica, cada grupo expôs aos demais seus sonhos, em forma de desenho, esquemas ou fala, e com isso iniciou-se um debate sobre as ideias de cada um. Alguns integrantes da Rede que não puderam estar presentes, mandaram ou deixaram uma lista com os sonhos e ideias que tem para o São Francisco. Segue abaixo as ideias que os grupos colocaram divididos por categorias.


Sonhos Objetivos

1. Urbanismo

Ruas fechadas para os carros;
Ampliação das calçadas, visando o incentivo de uso por pedestres e bicicletas;
Bancos nas calçadas ;
Arborização e paisagismo ;
Revitalização da Inácio Lustosa (arborização e ciclofaixa);
Bicicletários e aluguel de bicicletas;
Remanejamento de ruas (sentidos e trânsitos), visando melhor fluxo em horário de pico;
Troca de calçamentos;
Rebaixos em todas as calçadas e adaptação de sinalização para deficientes visuais;
Melhorar a sinalização de trânsito;
Linha de mobiliário urbano exclusiva para o bairro;
Melhor iluminação pública;
Aterrar fiação das vias principais;
Tombamento de todos os imóveis até a década de 60;
Projeto de pintura da fachada dos casarões tombados (revitalização);
Projeto de pintura dos muros e paredes cegas (grafite);
Radares e lombadas eletrônicas nos pontos críticos;
Ciclovias interligadas em circuitos (São Francisco, Centro Cívico e Centro);
Bonde ou outro transporte para locomoção, ligando São Francisco em um eixo entre o centro e centro cívico (circuito de transporte alternativo);
Ciclovias suspensas (base de madeiras com floreiras);
Condição urbanística de Boulevard;
Lixeira públicas;
Mesas dos bares e cafés nas ruas;
Mapas do bairro nos pontos de ônibus e nas esquinas;
Lombada eletrônica na Rua Trajano Reis;
Praça poliesportiva com policiamento e ciclovias e árvores (próximo da rua Manoel Ribas);
Ruas só para bares
Árvores frutíferas, mais grama
Parque do cemitério (área pública da prefeitura próxima ao cemitério, reorganizada para um espaço verde, social e cultural)
Revitalização do viaduto da Rua 13 de maio
Parque na área próxima ao Prédio da Telepar.

2. Social

Projeto São Francisco “Sem Crack”;
Mais segurança;
Mais união entre os comerciantes;
Programação e desenvolvimento para a Copa e Olimpíadas;
Circulação de guardas municipais nas ciclovias;
Guaritas da policia militar nos pontos críticos;
Instalação de câmeras de segurança monitoradas pela prefeitura;
Programa de inserção social (para usuários de crack), tratamento total: psiquiátrico, assistência social, cultural, etc.
Eliminar pichação (oferecer cursos de grafite e artes plásticas);
Reforçar a identidade Curitibana de cosmopolita sustentável e diversidade;
Jornal do bairro, informativo;
Levantamento dos moradores e proprietários das casas abandonadas;
Escolas Inteligentes, hospitais, etc;
Hortas comunitárias, feiras agro ecológicas;
Pessoas felizes com as mudanças do bairro;
Bairro mais alegre e colorido;
Ser possível andar a noite;
Campanha anti-shopping (comprarem nas lojas das ruas cinema na rua, não só no shopping);
Trabalhar idéia de liberdade (não confundir com bagunça);
Movimento a favor da mendicância, de outra maneira, com referência ao estilo de vida do São Francisco (que era mendigo e pregava este modo de vida);
Ocupação dos espaços abandonados para aumentar a segurança;
Transformar o Golden Hotel em um Albergue mantido pela Secretaria de Turismo e Fundação Cultural, com um espaço cultural de Eventos constantes, Workshops, mostra de cinema, café com eventos de música, etc.

3. Cultural Turístico

Programação culturais variadas;
Fazer parte da rota turística (ônibus);
Parcerias no Comércio / Atividades culturais / Educativas / Ambientais / Sociais;
Bairro marcado pela cultura;
Resgatar espaços e casas antigas para projetos culturais;
Feira de gastronomia;
Festival do São Francisco, outros festivais de verão e inverno;
Calendário Turístico / Cultural / Festas;
Feiras de trocas;
Valorizar as casas de etnias presentes no bairro (festas de etnias) Parcerias com países de origem ;
Fortalecer a vocação do bairro: efervescência cultural / vivencial / lifestyle. Artes (música, visuais, esculturas, jardinagem, gastronomia, teatro, dança);
Trabalhar com a idéia do santo São Francisco como símbolo do bairro (exemplo: Mapa do São Francisco);
Roda Gigante turística no alto do São Francisco, com visão panorâmica da cidade;
Rua fechada para festivais culturais com datas especifica;
Maior divulgação e mais cultura;
Movimento diurno de pessoas e atividades culturais;
Deixar de ser percebido só no domingo (por causa da feira);
Festas nas repúblicas de estudantes (circuito de festas);
Manifestações culturais nas ruas;
Tombamento de pessoas (exemplo de Niterói, valorização de pessoas importantes, enquanto vivas. Mapear essas pessoas, inserir no aquilo que a pessoa sabe fazer – valores pagos pelo tombamento);
Massagem “aberta”
Guia turístico para crianças;
Procissão cultural (não religiosa);
Área cultural completa (casas comerciais afim da cultura);
Baladas em igrejas (exemplo da Holanda);
Monumento aos escravos – largo, histórico de escravos;
Transformar Casarão das praças das ruínas num museu e espaço para exibições de artistas locais com um café aberto todos os dias com eventos de música para músicos regionais de todos os estilos, como o café do Paço da Liberdade;
Projeto (Ruído nas Ruínas) ser aprovado pela Fundação Cultural;

4. Legislação

Incentivo fiscal e isenção de taxas para os locais incorporados pela Cultura / Gastronomia / Turismo e etc;
Usar exemplo do edital de ocupação do Rebouças, referente às casas históricas;
Entrosamento público x privado, institucional x independente;
Organização da montagem das barracas da feira de domingo (não montar sábado à noite);
Organizar associação de moradores;

O encontro foi finalizado com a marcação da data do próximo passo, a Pesquisa de Ativos e Necessidades, que será a continuação do Seminário e que visa levantar dados gerais do bairro, atualizados, para verificar as possibilidades de aplicação das ideias.






Fotos do evento

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